“Estamos a falar do maior défice de sempre da história dos Governos Regionais. A diferença entre a receita e a despesa, no final deste trimestre, é de 232 milhões de euros negativos. Olhamos para estes números com grande preocupação”, afirmou o dirigente socialista, após uma reunião com a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA).
Segundo Berto Messias, “temos um Governo que bate recordes negativos todos os dias: em junho atingiu a maior dívida de sempre — mais de 3.700 milhões de euros — e agora apresenta o maior défice da história”.
O líder parlamentar do PS denunciou ainda “baixos índices de execução orçamental”, “dificuldades na aplicação de fundos comunitários” e “atrasos sistemáticos no pagamento de compromissos”, sublinhando que “todos os dias há empresas e instituições que se queixam de apoios que não chegam ou chegam tarde”.
“Este cenário cria um clima adverso à atividade económica. O Governo fala muito de competitividade, mas atrasa pagamentos, bloqueia investimentos e reduz dotações a meio do ano. Assim, não há economia que cresça nem empresa que confie”, afirmou.
Para o socialista, o problema não está na falta de verbas, mas na “incapacidade de gestão e execução”. Messias apontou ainda “demoras inaceitáveis” na avaliação de candidaturas e no pagamento de incentivos, referindo que “há projetos do programa Construir 2030 à espera de decisão há mais de um ano”.
“Os atrasos do Governo criam estrangulamentos de tesouraria nas empresas e travam o investimento privado nos Açores”, denunciou.
O deputado defendeu que as empresas “não precisam de anúncios, mas de previsibilidade e de um Governo que cumpra o que promete”, acrescentando que “a economia açoriana poderia ser muito mais dinâmica se tivesse um Governo que governasse a favor das empresas e não contra o seu ritmo e a sua confiança”.
Berto Messias garantiu que o PS/Açores continuará a “ouvir as empresas e levar as suas preocupações ao Parlamento”, defendendo que o Plano e Orçamento para 2026 deve incluir medidas que assegurem “execução, estabilidade e confiança no tecido empresarial”, com pagamentos em tempo útil e maior previsibilidade para investir.
MTop | Foto: PS-A
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